Mercado de carbono — Créditos de carbono

Kaue Murakami
4 min readSep 19, 2022

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Entenda um pouco melhor sobre o mercado que pode vir a ser um ótimo investimento, e como o Brasil pode se beneficiar disso.

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O crédito de carbono é um conceito criado em 1997, durante o acordo ambiental do Protocolo de Kyoto. A medida tem como objetivo reduzir a emissão dos gases que resulta no aumento do efeito estufa no planeta.

Basicamente, o crédito de carbono é caracterizado como uma moeda utilizada no mercado de carbono, onde um crédito equivale a uma tonelada de CO2 (dióxido de carbono) que deixou de ser produzido e liberado ao meio ambiente.

O crédito de carbono pode ser entendido como uma moeda de um mercado específico, mercado de carbono, onde a cada 1 crédito = 1tonelada de CO2.
Isso quer dizer que a cada tonelada de dióxido de carbono(CO2) não emitidos, gera um crédito de carbono.

Sabemos que não é apenas o CO2 que influência no efeito estufa, outros gases, conhecidos como GEE (Geradores de Efeito Estufa), como Metano(CH4) e o Óxido Nitroso (N2O), também tem uma relação direta.

Portanto como compensar outros tipos de “não emissão” também de outros gases e não apenas o CO2, existe uma tabela com valor equivalente em CO2.
Vamos usar um exemplo do Metano(CH4) que é um poluente como dióxido de carbono(CO2), mas tem o ptencial prejudicial 21 vezes maior que o CO2, então a conta é fácil, pra cada tonelada de Metano(CH4) retirada da atmosfera equivale a 21 créditos de carbono.

No mercado de crédito de carbono, as empresas que têm a possibilidade de diminuir a emissão de gases poluentes obtêm tais créditos. Estes, por sua vez, podem ser vendidos nos mercados financeiros nacionais e internacionais.

Empresas que possuem um nível elevado de emissão de gases, podem adquirir créditos de carbono para compensar emissões de outras empresas que conseguiram reduzir e ainda ganhar créditos de carbono reduzindo suas emissões.

Comercialização

Os créditos são criados a partir de investimentos em ações que promovam metodos para reduzir a emissão de carbono, como uso de energia limpa e renovaveis.

Dessa maneira, quanto mais uma empresa reduzir suas emissões, mais créditos de carbona receberá. Esses créditos por sua vez serão vendidos para empresas que não conseguem, mas precisam compensar sua emissão de gases, um benefício mútuo.

É importante ressaltar que as principais particularidades sobre a negociação dos créditos dependem da regulamentação de cada país. No Brasil, o mercado de créditos de carbono é regulamentado por meio do Decreto nº 5.882 de 2006.

A comercialização é feita conforme as regras do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), podendo ser unilateral, bilateral ou multilateral.

Unilateral: essa modalidade relaciona-se aos projetos em desenvolvimento que ocorrem no próprio território. Esses projetos devem promover a redução da emissão de CO2, gerando créditos que poderão ser comercializados a um valor definido pelo próprio país que desenvolveu o projeto em território nacional.

Bilateral: nessa modalidade, os projetos elaborados por um país em desenvolvimento podem ser executados em um segundo país em desenvolvimento, que será denominado como “país hospedeiro”. Nela, o CO2 não emitido à atmosfera gerará créditos para o país que elaborou e implementou os projetos.

Multilateral: na terceira modalidade os projetos e as estratégias de redução de emissão de CO2 são implementados e financiados por fundos internacionais. Nessa modalidade, o valor do crédito de carbono é definido por esses fundos de investimento.

Brasil e o mercado de carbono

O país também apresenta todas as características que o colocam naturalmente como alvo de investimentos em projetos engajados com a redução da emissão de gases poluentes, como é o caso da produção do biodiesel.

Nosso clima, localização e amplo espaço também proporciona a criação de energias renovaveis como eólica e solar.

Diante disso, o Brasil é um dos países que apresentam estágios mais avançados em termos de preparação para o Protocolo de Kyoto e consequente produção de créditos de carbono, devido à ampla participação governamental e das empresas de ramos variados.

Assim, as perspectivas de crescimento do mercado de carbono são bastante otimistas para empresas brasileiras, inclusive, com possibilidades de rendimentos extras para indústrias dos mais variados setores e ramos de atuação.

Ou seja, o Brasil pode ser um dos grandes beneficiados no promissor mercado do carbono, sendo um importante gerador e vendedor de créditos de carbono.

Estimativas recentes indicam que o potencial de geração de receitas com créditos de carbono até 2030 para o Brasil gira em torno de US$493 milhões e US$ 100 bilhões. Isso equivaleria a 1 gigaton (1bi de toneladas de CO2 equivalentes) ao longo da próxima década para os setores de agro, floresta e energia.

Referência
O que são Créditos de Carbono e como o Brasil pode se beneficiar?

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